Não sei se porque já provei o gosto de ter conquistado o
Mundial da FIFA, na sua versão inaugural, em 2000, quando fui ao Morumbi ver o
Corinthians desclassificar o Real Madrid -o bicho-papão da época, ou se porque ainda
meus olhos lacrimejam quando revejo o compacto da campanha alvinegra na Libertadores/12,
também conquistado pelo Timão, mas eu não sinto hoje, às vésperas de decidir o
bicampeonato no Japão,nem a metade da emoção que senti antes do jogo contra o
Boca Juniors, da Argentina.
Dizem que sou louco, e talvez tenham razão. O Japão é o
sonho de conquista de 10 entre 10 torcedores brasileiros, e dizer o que estou
dizendo talvez me coloque como um ponto fora da curva . Mas não posso negar que
os embates contra times nos recantos mais exóticos da América do Sul e México,
campos de várzea, comportamentos idem, sob a égide da mais exótica ainda
Conmebol traz mais adrenalina, e o título é bem mais difícil de ser conquistado,
afinal, o quê são dois jogos perto dos 14 da Libertadores?
Não sei se os europeus consideram a Liga dos Campeões mais
importante que o Mundial da FIFA . O discurso não deixa dúvidas, como nas
palavras de Lampard: "É um grande torneio pelo que significa. O caminho
percorrido para chegar até aqui é longo. As pessoas falam que são só dois
jogos, mas tem de ter feito muito para chegar até aqui. Significa muito para os
clubes ganharem, então precisamos de foco, como fazemos no Campeonato
Inglês" .
Não há dúvidas que os argumentos do meia do Chelsea são
difíceis de refutar, e os dois times, de fato, trilharam um longo caminho para
chegar ao Japão. Literal, e figuradamente. Não vou, portanto, brigar contra
esses argumentos dos ingleses, e o Chelsea ainda colocou em seu site uma
contagem regressiva para o começo da partida, indicador de que o tal desdém
europeu pelo Mundial esteja mais na cabeça de invejosos.
Também não vou dizer que não me importo com o Mundial, claro
que me importo. Mas não é a emoção da Libertadores. De qualquer maneira, conforme li de um
blogueiro torcedor dos Blues, “estou
como uma criança na véspera de Natal. E ganhar o título de melhor equipe da Terra
seria o presente perfeito do Papai Noel.”
Demorei mais que o prometido, mas passei por aqui. Ser corinthiano é diferente, amigo. A gente se importa com o Mundial, quer ganhar etc e tal. Mas a nossa escala de importância é diferente. Para muitos de nós, por exemplo, os títulos paulista de 54 e 77 são mais importantes do que esse mundial. O que dizer então do Brtasileirão de 90? E por aí, vai! Mas que será gostoso ganhar esse mundial, ah, isso vai!
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